É por demais sabido que são vários os Mercedes equipados com motores de origem Renault (Classe A, Classe B, Classe C, Citan), mas agora com a chegada de uma nova geração do Classe A, a pergunta impõe-se: quanto da Renault está nos motores do novo Classe A?
Não, não é uma lenda urbana que os modelos da marca da estrela tenham algo em comum com os da marca francesa, graças a uma colaboração entre a Daimler e a aliança Renault-Nissan iniciada em 2010. Agora, não se pense que é uma tragédia. Nos dias de hoje é normal que os fabricantes partilhem tecnologias e inovações para acompanhar a evolução do setor e reduzirem custos. O anterior Mercedes A180d, por exemplo, contava com o motor 1.5 dCi de origem Renault. Um pequeno bloco, sim, mas com baixos consumos e bom desempenho.
Continua esta filosofia no novo Classe A? Sim. Aliás, surge reforçada com a introdução de um novo motor de origem Renault, este já a gasolina, mas, ao certo, quanto do fabricante francês existe neste carro alemão?
Motor a gasolina A200 (OM 282): 163cv e origem Renault
Antes de esmiuçarmos sobre este pequeno motor a gasolina, é importante dizer que... sim, o M282 foi desenvolvido em cooperação com a Renault, que fornece os componentes básicos do motor, embora o faça sob direção da Mercedes.
Este bloco de quatro cilindros e 1.3 litros de cilindrada, fabricado em alumínio, anuncia 163cv e 250 Nm de binário; ou seja, uma potência 11 por cento superior ao anterior motor de 1,6 litros.
A propósito, este é o primeiro motor Mercedes de quatro cilindros com sistema de desativação de cilindros e possui filtro de partículas, bem como um sistema de redução das emissões acústicas.
No lançamento, este novo motor estará acoplado à caixa de velocidades automática de dupla embraiagem 7G-DCT; mais tarde, também contará com uma caixa manual de seis velocidades e sistema de tração às quatro rodas 4MATIC. O consumo médio anunciado é de 5,1 litros/100 km.
Motor diesel A180d (OM 608): 116cv e origem Renault
Este seguramente não causa qualquer tipo de surpresa, visto que o mais pequeno dos diesel do Classe A tem origem Renault. Contudo, o OM 608 é novo, uma evolução do OM 607. É mais potente, mais eficiente e também em conformidade com as novas regras de emissões.
Isto deve-se ao facto de estar equipado com sistema de recirculação de gases de escape de alta e baixa pressão, além de catalisador de oxidação, filtro de partículas e um sistema de controlo de emissões com tecnologia AdBlue.
Além de todas estas melhorias, certamente estará a pensar que é um motor Renault ... e é, mas não se esqueça de que utiliza componentes tecnológicos da Mercedes, como a suspensão do motor, o volante de inércia de dupla massa, caixa de dupla embraiagem, alternador e compressor de ar condicionado, unidade de gestão do motor com software específico e a função start&stop ECO.
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Na fase de lançamento, este motor estará disponível em combinação com a nova caixa automática de dupla embraiagem 7G-DCT. Anuncia um consumo médio de 4,1 litros/100 km.
Motor a gasolina A250 (OM 260): 224cv e origem Mercedes
Respire fundo ... se é um verdadeiro purista, há um que ainda está a salvo da aliança da Daimler com a Renault e esse é o motor a gasolina mais potente da gama (até à chegada dos AMG), embora seja 6 por cento mais potente que antes.
Possui também um sistema Conicshape, que permite o alargamento do diâmetro da parte inferior do revestimento do cilindro com o objetivo de minimizar atrito dos pistões e reduzir o consumo, anunciado de 6 litros/100 km.
Além disso, devido ao aumento de potência, foram incorporados canais de arrefecimento nos pistões. Está configurado para ter tração dianteira ou integral 4MATIC e surge associado em exclusivo à caixa automática de dupla embraiagem 7G-DCT.
E os futuros reforços?
A gama Classe A será reforçada com motores Mercedes e Renault, tanto a gasolina como Diesel em ambos os casos. No Diesel, é de esperar um 160d, equipado com o 1.5dCi com mais que os atuais 90cv, mas também um 2 litros de origem Mercedes, o mesmo que existe no Classe E, com 150 ou 194cv. Em cima da mesa poderá estar o 1.6 dCi da Renault (utilizado no Mégane e Espace, e Mercedes-Benz Classe C), com 130 ou 160cv (biturbo).
Quanto aos gasolina, sabe-se que haverá um 1.3 TCe desenvolvido em conjunto com a Renault, que poderá ter três patamares de potência (115, 140 ou 160cv), que deverá dar origem aos A140, A160 e A180. Além destes teremos os AMG, e logo dois, um A30 e o A45.
A juntar a tudo isto haverá ainda versões híbridas Plug-in (de ligar à tomada), entre os quais um que combinará um motor a gasolina de quatro cilindros com 1,4 litros desenvolvido pela aliança Renault-Nissan para uma potência combinada de 240cv. Promete 50 km de autonomia em modo elétrico.
Os modelos Classe A no lançamento de mercado:
|
A 200 |
A 250 |
A 180 d |
|
Caixa de velocidades |
7G-DCT |
7G-DCT |
7G-DCT |
|
Potência (kW/CV) |
120/163 |
165/224 |
85/116 |
|
às rpm |
5.500 |
5.500 |
4.000 |
|
Binário máximo (Nm) |
250 |
350 |
260 |
|
às (rpm) |
1.620 |
1.800 |
1.750-2.500 |
|
Consumo de combustível em ciclo combinado (l/100 km) |
5,1 |
6,0 |
4,1 |
|
Emissões de CO2 em ciclo combinado (g/km) |
120 |
141 |
108 |
|
Aceleração |
8,0 |
6,2 |
10,5 |
|
Velocidade máxima (km/h) |
225 |
250 |
202 |
|
Comprimento/largura/altura (mm) |
4,419/ 1,796/ 1,440 |
4,419/ |
4,419/ 1,796/ 1,440 |
|
Distância entre eixos (mm) |
2.729 |
|
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