Surpresa: motor 0.9 da Fiat emite quase tanto NOx quanto o V8 do BMW M5

Estudo TRUE analisou as emissões de óxido de azoto (NOx) de 375 mil veículos em condições reais de utilização

0 aos 100 28/06/2018 Curiosidades

Um motor de dois cilindros que não chega aos mil centímetros cúbicos (1.0) contamina quase tanto quanto o enorme V8 de 4,4 litros da BMW? É o que diz o estudo The Real Urban Emissions Initiative (TRUE), que analisou as emissões de óxidos de azoto (NOx) de 375 mil veículos em condições reais de utilização, em cinco países (França, Espanha, Suécia, Suíça e Reino Unido).

Segundo os investigadores, as conclusões alcançadas são fidedignas, já que a metodologia adoptada não permite grandes habilidades no que toca à viciação de resultados, sendo mesmo garantido que é “quase impossível” falsificar os dados obtidos.

O método de análise baseou-se no estudo do espectro de um feixe de luz: o feixe de luz atravessa o fluxo dos gases que emanam do escape e, dependendo da luz absorvida, é possível determinar a concentração dos compostos que interessa verificar.

Realizado entre 2011 e 2017, o estudo contemplou modelos que deveriam obedecer a diferentes normas antipoluição, dos Euro 2 aos Euro 6, o que significa que, teoricamente, tratar-se-iam de carros cada vez menos poluentes, na medida em que a regulamentação tem vindo a ser cada vez mais restritiva. Mas os autores da TRUE notam que, em condições reais de utilização, as diferenças entre um Euro 2 e um Euro 5 são mínimas, no que respeita ao NOx libertado: “houve pouca redução”.

Por um lado, temos o TwinAir de dois cilindros da Fiat, um motor com uma cilindrada de 875 cm3 que, nas suas versões mais potentes, pouco ultrapassa os 100cv. Por outro lado, o V8 biturbo de 4,4 litros (N63) da BMW, que há cerca de uma década, tem sido responsável por dar vida ao 550i, 650i, 750i ou X5 xDrive50i, entre outros, com diferentes níveis de potência.  

Um bloco cuja última evolução é a que faz “mexer” o BMW M5 F90, com o número não negligenciável de 600 cavalos (625 no M5 Competition).

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Que o bicilíndrico emita tanto NOx (emissões de óxidos de azoto) como o V8 da BMW não é tanto demérito do primeiro, mas virtude do segundo. Na verdade, o bloco de 0,9 litros é o mais limpo de todos os testados pela TRUE durante seus seis anos de pesquisa e testes.

Com emissões de 0,017 g/km de NOx, este motor empata com o motor 1.6 da PSA e fica na primeira posição entre os mais limpos - pelo menos no que diz respeito a este poluente, o NOx.

Que o V8 da BMW emita quase tão pouco NOx quanto um motor de dois cilindros diz muito do seu catalisador. Mas, sem qualquer demérito para o 0.9 TwinAir: é o Euro 6 mais limpo entre os testados e existem motores similares em tamanho que são muito mais poluentes.

Evidentemente que o V8 tem muito mais apetite de combustível que o dois cilindros e, portanto, queima mais gasolina. Se não houvesse nada que o impedisse, as emissões deste motor seriam consideravelmente maiores, o que nos leva a pensar no bom trabalho realizado pelo catalisador de três vias que integra a BMW neste motor.

Mas também o da Fiat, e a melhor prova disso é que o motor a gasolina mais sujo entre os Euro 6 (com 0,2 g de NOx por km, quase 12 vezes mais que o 0,9 TwinAir) é um bloco muito semelhante. por tamanho: o EcoBoost de 1 litro da Ford.

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