Não há nada mais interessante do que descobrir um projeto secreto que ficou “enterrado” por décadas, o que geralmente é o caso dos arquivos de uma grande empresa, como a automóvel. Esta não é a primeira vez que nos deparamos com um projeto tão marcante e estranho, mas por se tratar de um desportivo ganha maior relevância.
O projeto foi “desenterrado” por Hagerty com a colaboração de Chris Theodore, que na época era o diretor geral da divisão de engenharia para plataformas de pequenos veículos, ou o que nos Estados Unidos era considerado “pequeno” na época, da Dodge.
Segundo conta a Hagerty, em 1996, uma série de engenheiros da Dodge criou um desenho CAD e dois modelos à escala para perceber quantos elementos da primeira geração do Dodge Viper poderiam ser usados numa nova geração do modelo, mas com configuração de motor central – recorde-se que o Viper sempre teve motor dianteiro.
O resultado foi uma espécie de réplica da primeira geração do desportivo americano, mas com proporções bastante estranhas, precisamente devido à mudança da posição do motor.
O objetivo não era outro senão tentar realizar o projeto com um impacto económico mínimo, utilizando todos os elementos possíveis da primeira geração do modelo, incluindo o “mastodôntico” V10 de 8.0 litros e 323 kg.
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Segundo o relatório Hagerty, foram montados dois protótipos completos, que incluíam chassis e painéis da carroçaria, assim como todos os elementos da estrutura e, claro, a enorme mecânica atmosférica. Foi então apresentado ao conselho de administração da Chrysler, uma vez que o desenvolvimento do projeto tinha sido totalmente secreto e sem o conhecimento ou aprovação do conselho de administração.
De facto, nem mesmo o chefe de design do Grupo Chrysler, na época Tom Gale, estava a par do projeto. E talvez por esse motivo não foi bem acolhido pelos responsáveis, que não apoiaram o projeto.
Apesar do revés inicial, um par de anos mais tarde, os mesmos engenheiros voltaram a tentar, mas o projeto foi colocado em espera depois da fusão entre a Daimler e a Chrysler fem 1998. O projecto acabou por ir parar a uma gaveta e não tinha visto a luz do dia até hoje.
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