Um sonho que se transformou em pesadelo. Vitor Estevan, um dentista de 31 anos de Cachoeira Paulista, São Paulo, está a ser acusado de violar propriedade intelectual da Ferrari, pela produção e comercialização de uma réplica do Ferrari F40. O carro foi apreendido pela Polícia Civil brasileira a 22 de janeiro e pode mesmo vir a ser destruído.
Os F40 originais (modelo lançado em 1987) estão avaliados em valores de um milhão de euros, mas o dentista tentou vender a sua criação por cerca de 18.576 euros. Foi precisamente através do anúncio Estevan foi apanhado.
O anúncio ainda chegou a ser retirado, mas já foi tarde. A Ferrari, que já andava atenta a este tipo de falsificações no Brasil, identificou o anúncio e contratou um advogado. Acusa agora o dentista de violar a lei de patentes.
“Eu não estava a conseguir pensar nessa altura, estava sem trabalhar. Eu tinha duas opções: uma era vender a clínica e a outra vender o carro. Inicialmente anunciei o carro, mas duas semanas depois recuei e acabei vendendo a clínica. Então apaguei o anúncio”, explica Vitor em declarações à “Globo”.
Autodidata, o brasileiro construiu a réplica do F40 com metais comprados em drogarias e lojas de materiais de construção. A parte do motor e dos componentes mecânicos são a combinação de várias peças de carros acidentados que o dentista foi comprando em leilões. Demorou 14 meses a construir a réplica.
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“Era um sonho infantil, inocente, eu não imaginei que poderia acontecer isso. Aceitei como um desafio para mim mesmo e comecei a estudar, investir tempo e dinheiro para que saísse do papel”. A decisão da polícia terá de ser conhecida até 12 de fevereiro. Até lá, o dentista brasileiro tem apelado nas redes sociais para que o carro não seja destruído.
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