A Tesla vai recolher 362.758 carros nos Estados Unidos, depois de terem sido identificados defeitos no ‘software’ de assistência ao condutor que podem fazer com que o veículo atue de forma potencialmente perigosa em cruzamentos.
A chamada abrange todos os modelos, S, X, Y e Model 3, equipados com ‘software’ FSD (Full Self-Driving, ou Condução Autónoma Total, em português), mas em diferentes períodos de fabrico, remontando, em alguns casos, até 2016.
O FSD, que está em fase de testes, é um ‘software’ denominado de nível 2, que trata mais de assistência à condução do que o sistema de condução autónoma, noticiou a agência France-Presse (AFP).
De acordo com o alerta emitido pela Agência Nacional de Segurança Rodoviária (NHTSA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, falhas de ‘software’, quando ativadas, podem fazer com que o veículo continue em linha reta quando entrou numa faixa de rodagem que teoricamente o obrigava a virar.
Um carro com o software FSD ativado também pode atravessar um cruzamento com sinais de ‘Stop’ sem registar uma imobilização completa ou passar por um cruzamento com o semáforo laranja sem diminuir a velocidade.

Os veículos afetados também podem “falhar em reagir suficientemente às mudanças sinalizadas nos limites de velocidade” ou não intervir quando um motorista excede a velocidade máxima permitida, de acordo com a agência norte-americana.
Para corrigir estes defeitos, a Tesla planeia proceder a uma atualização de ‘software’, a seu cargo, conforme indicou a NHTSA.
“O termo ‘recall’ para qualificar uma atualização de software é anacrónico e simplesmente errado”, destacou, através da rede social Twitter, Elon Musk, CEO da gigante de carros elétricos, em resposta ao comunicado.
Em junho de 2022, a NHTSA publicou um relatório onde indicava que teslas equipados com ‘software’ de assistência ao condutor, ativo em algum momento durante os 30 segundos anteriores, estiveram envolvidos em 273 acidentes rodoviários nos Estados Unidos.