É um dos elétricos mais esperados do ano, principalmente pelo preço. O Dacia Spring chega com o título de o carro elétrico mais barato do mercado (preços a partir de 16.800 euros ou de 13.800 euros com o incentivo do Estado) e a promessa de revolucionar a mobilidade elétrica (e pressionar outros construtores a fazer melhor...). E já o conduzimos.
O Spring, que chega em setembro, utiliza desde logo o formato da moda, ou seja, estilo SUV, tornando-o (ainda) mais atrativo, combina simplicidade com jovialidade, que se junta ao preço acessível e uma autonomia mais que equilibrada.
Tem 3,73 metros de comprimento e 1,51 m de altura, destacando-se pela estética irreverente, fruto quer dos volumosos pára-choques na frente em contraste com os faróis dianteiros afilados em LED, quer da traseira que exibe a nova assinatura luminosa da marca, em forma de “Y”. O Spring pisca claramente o olho aos que apreciam uma imagem mais aventureira.
Um interior descomplicado
O interior é simples e funcional, sem grandes “adornos”, mas onde nada parece faltar. Temos à disposição um painel de instrumentos digital, ecrã de infoentretenimento de 7 polegadas, compatível com Apple e Android, ar condicionado, vidros elétricos, retrovisores elétricos e sensor de luz. Só para citar os elementos mais importantes.
Outra agradável surpresa é a bagageira, com uma capacidade de 290 litros, um valor bastante superior aos 185 litros do Fiat 500e, por exemplo, que se estendem aos 620 litros com o rebatimento do banco traseiro.
Em estrada...
Com o Museu do Carro Elétrico, no Porto, como pano de fundo, rodamos a chave de ignição até a última posição (não há botão de “ignição”) e o Spring mostra-se pronto a fazer-se à estrada. A alavanca da caixa de velocidades foi substituída por um comando rotativo, posicionado na consola central (entre os bancos) com três posições, D para frente, N para neutro e R para marcha-atrás.
Nos primeiros metros evidência uma enorme agilidade, ao que não é alheio o baixo peso, de apenas 970 kg (as baterias pesam apenas 186 kg), além da suavidade de condução, apesar da direção mostrar-se demasiado assistida e algo vaga.
O motor elétrico tem uma potência de 33 kW (45 cv) e um binário máximo de 125 Nm, o suficiente para uma condução despachada (a resposta imediata do motor elétrico faz esquecer a reduzida potência), permitindo fazer ultrapassagens suficientemente lestas. E mesmo no modo ECO, que reduz a potência para 30cv (por outro lado, aumenta a autonomia em 10 por cento), o desempenho surpreende, não se notando em nada a perda de potência.
Aliás, no percurso realizado deparamo-nos com todas as situações normais de condução em estrada nacional, como ultrapassagens a camiões e autocarros, desafios a que o Spring passou com distinção, assim como alguns quilómetros em autoestrada, onde rodou com facilidade a velocidades próximas dos 120 km/h, superando mesmo esta marca, antes do limitador entrar em ação, precisamente aos 125 km/h.
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Consumo, autonomia, tempos de carregamento...
O Spring conta com uma bateria de 27,4 kWh o que lhe garante uma autonomia de 230 km (ciclo WLTP) e de 305 km em ciclo urbano (igualmente no ciclo WLTP). Quando entramos no exemplar que nos foi destinado acusava 210 km de autonomia.
A Dacia anuncia um consumo médio de 11,9 kWh, um consumo que ficamos muito próximos (12 kWh) nos mais de cem quilómetros que percorremos neste primeiro contacto. De realçar que no final ainda tínhamos mais de 140 km de autonomia (o equivalente a 60 por cento da bateria).
O tempo de carregamento da bateria é inferior a uma hora para 80% da carga, num terminal de 30 kW DC e menos de uma hora e meia para atingir os 100%. Usando uma Wallbox de 7.4 kW o Spring atinge os 100% de carga em menos de cinco horas, e em menos de oito horas e meia se for usada uma Wallbox de 3.7 kW. Numa tomada doméstica normal o pleno da bateria consegue-se em menos de 14 horas. A garantia da bateria é de 8 anos ou 120.000 km.
Preço: aqui está a chave
Em Portugal, o Spring tem um preço de 16.800 euros (13.800 euros com o incentivo do Estado) para a versão de acesso, o Spring Comfort, sendo que a versão mais equipada Comfort Plus custa mais 1.500 euros (18.300 euros).
O equipamento de série na versão de acesso inclui todos os elementos hoje em dia imprescindíveis, como o ar condicionado, os quatro vidros elétricos, retrovisores elétricos, sensor de luminosidade ou o sistema de controlo da pressão dos pneus. Só para citar alguns.
A versão Plus acrescenta equipamentos como a câmara de marcha atrás, detalhes interiores em laranja, estofos em pele sintética (TEP) com detalhes em laranja, pneu sobressalente, retrovisores em laranja, sistema de ajuda ao estacionamento traseiro, sistema multimédia MEDIA NAV de 7 polegadas e o Stripping lateral com decoração em laranja.
As pré-encomendas arrancaram a 7 de abril e a Dacia já conta em Portugal com cerca de 200 pré-encomendas, estando mesmo a considerar suspender as pré-encomendas devido à elevada procura, acima das expectativas.
Em 2022, chega a versão Cargo, de 2 lugares, dotada de uma zona de carga com comprimento de 1,033 mm, um volume total de 1 100 litros e uma capacidade de carga de 325 quilos.
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