O Automóvel Club de Portugal (ACP) listou dez perguntas direcionadas ao ministro do Ambiente após as polémicas declarações onde João Pedro Matos Fernandes anunciou o fim dos carros Diesel dentro de “quatro ou cinco anos”.
Em comunicado, o ACP coloca dez perguntas pertinentes sobre o futuro da mobilidade. Conheça-as:
- Como pretende assegurar a rede elétrica para um consumo massivo? A atual rede pública de abastecimento para os carros elétricos encontra-se parcialmente danificada e inoperacional, além de estar concentrada apenas nos grandes centros urbanos.
- O que está a ser feito junto dos grandes distribuidores para a rede pública de eletricidade suportar carregamentos em massa nos prédios e na via pública?
- Como assegura a produção de eletricidade suficiente para sustentar as necessidades de mobilidade pública e privada?
- Essa produção é ambientalmente sustentável ou, como aponta a Direção-Geral do Ambiente da União Europeia, a produção de eletricidade a partir de combustíveis fósseis, sobretudo centrais a carvão, é a maior fonte individual de emissão de gases de efeito estufa?
- Como é que vai ser a tributação fiscal para os carros elétricos e a sua implicação na fatura da eletricidade doméstica?
- Ao defender um consumo de massas, terá o senhor Ministro da Transição Energética noção das implicações dessa medida na receita fiscal do Estado?
- O que é que pretende fazer ao parque automóvel superior a 5 milhões de viaturas a combustão atualmente em circulação?
- Qual é a fatura ambiental do desmantelamento deste parque?
- Como está a ser negociado o fim da combustão com a indústria sedeada em Portugal, nomeadamente com a Autoeuropa, líder das exportações nacionais, que apenas fabrica carros a combustão?
- As suas opiniões são partilhadas pelos seus pares de Governo?
No comunicado, o ACP afirmou que as palavras do ministro “da desinformação”, como lhe adjetiva, “revelam uma enorme ignorância sobre a matéria”, “um absoluto desrespeito pelos consumidores” e “mais do que alarmistas, são altamente preocupantes”.
“O Automóvel Club de Portugal repudia veementemente a leveza e o desconhecimento do senhor ministro da Transição Energética. A ‘eficiência’ que defende para a eletrificação automóvel esbarra de frente com a realidade e com a economia nacional”, pode ainda ler-se no comunicado do ACP.
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