A piloto portuguesa Elisabete Jacinto é uma mulher solitária "num mundo de homens", mas espera que a vitória na categoria de camiões da África Eco Race possa quebrar barreiras que as impedem de ganhar espaço" no desporto automóvel.
“Nós, mulheres, precisamos muito de exemplos. (...) Não nasci com dotes especiais, não sou uma supermulher, a única coisa que me distingue é que lutei pelos meus sonhos, pelos meus objetivos, para ultrapassar as minhas limitações”, disse Elisabete Jacinto em entrevista à Lusa.
Ao volante de um MAN, a piloto venceu a classe da prova que ocupou o lugar do Dakar, após a transferência da prova rainha de todo o terreno para a América do Sul: “Não só consegui ser a primeira mulher a ganhar uma categoria do maior rali do mundo, como foi o primeiro português. Várias vezes estivemos à espera que alguns portugueses conseguissem ganhar e estiveram quase, mas eu consegui”.
“O desporto tem sido um mundo de homens ao longo destes anos todos. Uma mulher quando entra, entra num mundo que não é o dela, não foi construído para ela e às vezes não é aceite da melhor forma. Existem imensos obstáculos, imensas pequenas barreiras que as impedem de ganhar espaço”, observou.
No próximo ano, quando regressar às dunas do norte de África, talvez Elisabete Jacinto já não se depare com a mesma resistência por parte de alguns concorrentes que esperam encontrá-la em “última da classificação geral” e até possa desfrutar de mais companhia feminina.
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