Não é apenas uma nova geração de um modelo que se tornou por se só numa referência tecnológica. É uma verdadeira revolução. Antes conhecido como um modelo à frente do seu tempo, mas acima de tudo “racional”, o novo Toyota Prius é agora, também, um modelo de “paixão”. E as razões estão logo à vista: uma estética atraente e desportiva, combinada com uma motorização híbrida capaz de oferecer algo antes impensável, uma potência máxima de 223cv. E para quem poderá apontar que “isso é só no papel”, podemos adiantar que a nova geração do híbrido criado de raiz é agora capaz de acelerar dos 0 aos 100 km/h em apenas 6,8 segundos. Nem parece um… Prius.
O Prius sempre foi visto como um carro aborrecido de ver e conduzir, tanto na vida real como até em muitos filmes em que era referido como uma espécie de eletrodoméstico com rodas. Algo que começou a mudar com a geração anterior, a quarta geração, mas que é agora sublinhado com a quinta geração, que já está disponível para encomenda, a partir de 41.990 euros.
Mais curto, mais baixo e mais largo
A confirmar a mudança de filosofia encontram-se as dimensões. A altura foi reduzida em cinco centímetros, enquanto a largura foi aumentada em 2,2 cm, ajudando a criar uma silhueta muito mais desportiva, além de permitir adivinhar vantagens dinâmicas, algo que veremos mais adiante. O comprimento foi reduzido em 4,5 cm, contribuindo para uma imagem mais compacta e desportiva.
As menores dimensões podiam implicar uma redução da capacidade bagageira. Nada mais errado, uma vez que a bateria foi deslocada da bagageira para a parte inferior do banco traseiro. O resultado foi um aumento na capacidade em 33 litros (para 284 litros).
No interior, destaque para o ecrã de infoentretenimento horizontal de 12,3 polegadas, tem resolução e iluminação muito boas e gráficos muito mais avançados do que o usual na Toyota até recentemente (além da conectividade Android Auto e Apple Car Play). Por outro lado, a construção inspira confiança, mesmo que não predominem superfícies de toque suave, o que ajudaria a melhorar a perceção geral de qualidade.
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O volante tem dimensões compactas (até parece que estamos ao volante de um desportivo) e o painel de instrumentos está posicionado acima do volante, permitindo uma perfeita visualização. De realçar os controlos físicos da climatização, evitando que se ande perdido no meio dos menus do ecrã multimédia.
Novo sistema híbrido
O novo Prius utiliza uma nova geração do sistema híbrido, trocando o anterior motor a gasolina de 1,8 para um novo, de 2 litros, o que lhe permite um aumento da performance de 98cv/142 Nm para 152cv /190 Nm, com o motor elétrico a ser igualmente mais potente (163 cv, contra 71 cv mais 31 do gerador), o que explica porque a eficiência combinada salte dos 122 cv para os 223 cv.
Não tão menos importante é a introdução de uma bateria com maior capacidade, ou seja, 13,6 kWh em vez dos anteriores 8,8, o que é decisivo no aumento da autonomia elétrica, que passa de 45 para 86 km (a uma velocidade de até 135 km/h). A única desvantagem é que demora mais para carregar (não há milagres aqui), apesar da potência máxima ter subido para 3,3 kW: antes uma carga completa levaria pelo menos quase duas horas, agora serão quatro.
Conta ainda com um tejadilho solar que pode gerar até 8 km de autonomia adicional por dia. Tem a capacidade de carregar a bateria diretamente, sem a necessidade de uma bateria adicional, como acontecia nas versões anteriores. Fazendo as contas, em sete dias de exposição solar poderá ganhar cerca de 60 km de autonomia. Só à custa do tejadilho solar…
Em estrada…
O primeiro contato dinâmico com o novo Prius teve lugar entre Vila do Conde e Barcelos, com passagem por Esposende, principalmente em estrada nacional e autoestrada. A primeira coisa que se nota de imediato é a superior estabilidade do novo Prius, que resulta de ser mais baixo e mais largo, mas também da superior rigidez da estrutura.
Além dos quatro modos de condução (Eco, Normal, Sport e Personalizado) que alteram essencialmente a resposta do acelerador e o ‘peso’ da direção, existe também uma função de Aceleração da Regeneração (Regeneration Boost) para uma desaceleração mais forte e maior recuperação de energia, basta mudar para B no seletor de velocidades. O condutor pode selecionar um dos três modos diferentes de regeneração – suave, média e forte – para desfrutar de uma condução mais relaxada, com até cerca de 80% de desaceleração alcançada sem a necessidade de aplicar o pedal do travão.
6,8 segundos dos 0 aos 100 km/h? Um Prius?
O pequeno volante (que é mais baixo que a instrumentação) ajuda o condutor a sentir-se mais envolvido na condução, mas é a entrada numa curva muito fácil e eficaz, a movimentos transversais controlados da carroçaria e a resposta muito boa do sistema de propulsão que pode fazer qualquer um duvidar se realmente está aos “comandos” de um Prius. 6,8 segundos de 0 a 100 km/h, sério? (o antigo precisava de 11,1 segundos). 177 km/h? (em vez de 162 km/h). Além da aceleração e recuperação de velocidade com uma correspondência muito melhor entre o ruído do motor a gasolina e a resposta do acelerador.
O motor a gasolina também é menos audível devido à insonorização melhorada do habitáculo, mas sobretudo porque é muito mais potente e tem de trabalhar menos nas acelerações mais exigentes, contando também com o motor elétrico muito mais potente e omnipresente.
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Em relação a consumos, a Toyota anuncia uma média de 0,8 litros para os primeiros cem quilómetros (desde que haja ‘bateria’, é claro).
Em Portugal, o novo Prius está disponível em três níveis de equipamento. A versão de acesso, denominada Luxury (por 41.990 euros), já traz quase tudo o que é indispensável, sendo que a versão Premium (a partir de 44.990 euros) acrescenta as jantes de 19 polegadas, abertura elétrica da bagageira, sistema de máximos adaptativos e espelho retrovisor interior digital. A versão mais equipada, Exclusive (49.690 euros), acrescenta, entre outros, o tejadilho solar de serie e o sistema de estacionamento inteligente de controlo remoto.
As encomendas do novo Prius já arrancaram. As primeiras entregas terão lugar ainda durante este mês de julho.