Mazda3 1.8 Skyactiv-D 116cv Evolve: Direto ao topo

O novo Mazda3 destaca-se desde logo pela estética agressiva. Mas será o suficiente para ganhar terreno entre os familiares compactos?

O novo Mazda3 destaca-se desde logo pela estética agressiva. Mas será o suficiente para ganhar terreno entre os familiares compactos?

Com o novo “3”, a Mazda está claramente a “atirar a escada”, para ver se consegue subir mais uns degraus. E isso torna-se evidente, desde logo, pelo visual, que não deixa ninguém indiferente. A estética do compacto nipónico é, simultaneamente arrojada e elegante, ousando apontar a mira para uma clientela decididamente mais…exigente (chamemos-lhe assim).

Exteriormente, o novo Mazda3 distingue-se por um estilo ousado. Impactante, talvez. Certo é que é diferenciador, agressivo, com uma silhueta a lembrar um Coupé de cinco portas. Salta à vista a dianteira, com um desenho afiado e elegante, com uma enorme grelha ladeada por óticas extremamente estreitas. O melhor de tudo é que a Mazda conseguiu criar um desenho dinâmico e muito elegante sem artifícios ou exageros.

A traseira parece ser a pare menos consensual, sem deixar de ser atrativa, talvez pelas formas mais arredondadas. O interior segue a tendência do exterior, igualmente minimalista, onde chama a atenção a curiosa colocação do ecrã central num rasgo entre duas camadas do tablier. Confirma-se ainda que a Mazda conseguiu completamente a sensação Premium pretendida, com ótimos materiais e construção irrepreensível.

Tudo está bem localizado e o desenho de todo o interior foi criado para criar um cenário envolvente ao condutor, a lembrar o MX-5. Exemplo disso são as saídas de ventilação separadas entre condutor e passageiro – ao centro só os comandos do ar condicionado -, e o volante de três braços. Aqui não existe nada tátil. Todos os comandos são físicos, para evitar distrações. Tudo simples e intuitivo.

O quadro de instrumentos mistura o digital com o analógico. Das três esferas duas são analógicas e a terceira, ao centro, é digital, algo que permite alterar o seu desenho e informação.

Elogio merece ainda a posição de condução, sem defeitos a apontar, ficando o condutor muito bem enquadrado frente a volante, pedais e demais instrumentos, e também otimamente acomodado em banco com bons suportes laterais para pernas e costas que evitam que o corpo deslize nas viragens rápidas que o chassis convida a repetir vezes sem conta.

No interior, há espaço razoável para cinco pessoas, sendo que os lugares traseiros são ligeiramente inclinados para permitir que os passageiros mais altos não sejam importunados pelo tejadilho, cujo desenho do tejadilho (forte inclinação para a traseira) acaba de complicar o acesso aos lugares traseiros. A bagageira tem 358 litros de espaço, que pode ascender aos 1026 litros com o rebatimento dos bancos traseiros.

“Familiar e dinâmico’ é uma expressão amiúde utilizada para designar automóveis de cariz familiar capazes de proporcionar boas sensações ao volante. Ora, essa designação encaixa na perfeição no novo “3”, senão vejamos: o interior acomoda cinco ocupantes e a versatilidade/funcionalidade também se encontram num bom plano. Depois, por outro lado, apresenta-se como uma referência do segmento no que ao desempenho dinâmico diz respeito. 

Em estrada, pisar é sólido e estável.

A unidade que testamos estava equipado com o motor Skyactiv-D de 1,8 litros com 116cv (substitui o anterior motor de 1,5 litros com 105cv). É um motor que dispensa de AdBlue para baixar as emissões, logo reduz os custos de utilização, mas também suave, solicito e comedido nos consumos. Sobe de regime com facilidade, apesar de alguma falta de folego a baixa rotação, mas a partir das 2000 rotações não se coíbe de mostrar todo o seu fulgor. 

A aceleração não é de foguete, mas chega e sobra para todas as ocasiões de condução, assim como as retomas, não condicionando o mínimo que seja qualquer ultrapassagem. A mecânica destaca-se muito mais pela linearidade e vibrações quase não existem (nem no volante ou caixa de velocidades). Tudo muito bem acompanhado pela caixa manual de seis velocidades, cujo escalonamento longo pretende garantir consumos baixos.

Em estrada, elogio à capacidade dinâmica do “3”, mostrando agilidade notável, graças a chassis equilibradíssimo e direção precisa e afinada para fornecer todos os detalhes importantes sobre o que se passa com o eixo direcional. Chega a impressionar a forma rápida com que conseguimos curvar ao volante e sobretudo a facilidade e segurança que sentimos ao fazê-lo.

Mas, além de desembaraço, ao motor Diesel pede-se contenção no apetite. E se é poupado! Sem dificuldades, conduzindo-se tranquilamente, médias inferiores a 6 l/100 km, conseguindo em estrada médias de 4,5 litros sem grande dificuldade.

Por fim, nota para o equipamento de série na versão de acesso Evolve, que inclui tudo o que é indispensável nos dias de hoje, incluindo jantes de liga leve de 16 polegadas, ar condicionado bizona, entrada sem chave, travão de mão elétrico, entre outros. Conta ainda com o conjunto de tecnologias de segurança i-Activsense, que conta com três novos dispositivos: o Driver Monitoring, em que uma câmara observa o nível de atenção do condutor; o Front Cross Traffic Alert, que deteta a aproximação de outros veículos nos ângulos mortos e alerta o condutor da sua presença; e o Cruising & Traffic Support (CTS), quando o carro está imobilizado num engarrafamento, o CTS opera automaticamente os pedais do acelerador e dos travões para manter uma distância adequada para o veículo da frente. 

Em suma, o Mazda3 é uma opção séria e ameaça assumir-se como uma referência na classe. Oferece uma imagem distinta cheia de personalidade, um interior com qualidade e personalidade, um chassis bem desenvolvido, consumos baixos e uma caixa de velocidades que merece ser experimentada por qualquer entusiasta de condução desportiva.

A versão de acesso à gama Evolve do motor 1.8 Skyactiv-D de 116cv custa pouco mais de 30 mil euros. Em alternativa, o novo Mazda3 dispõe de um motor a gasolina Skyactiv-G de 2 litros com 122cv, a partir de 26.408 euros. 

MAIS

  • Comportamento
  • Desenho
  • Qualidade dos materiais
  • Manuseamento da Caixa de Velocidades

MENOS

  • Escalonamento da caixa de velocidades
  • Mala
  • Acesso e altura aos lugares traseiros

FICHA TÉCNICA

Mazda3 1.8 Skyactiv-D 116cv Evolve
Motor: Turbodiesel, quatro cilindros, injeção direta
Cilindrada: 1759 cm3
Potência: 116cv/4000 rpm
Binário máximo: 270 Nm/1600 -2600 rpm
Tração: Dianteira
Caixa: Manual de 6 velocidades
Aceleração (0-100 km/h): 10,3 segundos
Velocidade máxima: 194 km/h
Consumo médio: 5,0 l/100 km
Emissões de CO2: 131 g/km (107 g/km no antigo cliclo NEDC)
Peso: 1299 kg
Preço base da versão: 30.304 euros (2.0 Skyactiv-G de 122cv a partir de 26.408 euros)