O desenho feliz (e agressivo) do CX-5 fica claro no movimento das cabeças dos transeuntes que o vêem passar: primeiro rodam, depois dizem que sim. Mas o aspecto está longe de ser tudo. Basta abrir as portas para perceber a elevada qualidade percebida ou os primeiros quilómetros ao volante para sentir o enorme fôlego do motor Skyactiv-D de 150cv.
Logo ao primeiro impacto, o CX-5 marca pontos pela presença e forte personalidade. O desenho é agressivo, especialmente a dianteira, que parece “atirar-se” a todos os que se cruzam com ele. A reforçar a imagem forte deste SUV encontra-se a tonalidade Soul Red (ex-lybris da Mazda), que acabamos por sujar com o pó de algumas escapadelas fora de estrada. Mas nada que belisque toda a sua elegância…
Se por fora o CX-5 é um dos SUV mais atrativos do mercado, por dentro não foge a este princípio. O habitáculo agrada pela apresentação muito convincente, com materiais de qualidade, acabamentos e montagem rigorosos, o que anula o aparecimento de ruídos parasitas.
Felizmente, a Mazda não descurou a versatilidade e a disposição de espaços para arrumação no habitáculo e estes marcam presença um pouco por todo o lado e estão logo ali à mão de semear. O ecrã multifunções, em formato “tablet”, tem dimensões menores que alguns concorrentes, mas é suficiente para mostrar toda a informação e a sua utilização é simples, dispensando o recurso ao manual de instruções para a sua utilização.
A posição de condução é elevada, ao estilo de um SUV, mas a forma como o corpo encaixa entre o banco, o volante com excelente pega e o curto punho da alavanca da caixa, melhoram a sensação e não é difícil imaginarmo-nos aos comandos de um automóvel quase desportivo.
O acesso aos lugares traseiros é simples e o espaço para as pernas abunda, posicionando o CX-5 como referência do segmento neste particular. A bagageira disponibiliza 477 litros e tem uma das mais versáteis e práticas chapeleiras que existem no mercado automóvel. Ao abrir o portão, de funcionamento elétrico, a chapeleira abre simultaneamente com o mesmo criando de imediato um acesso de tal forma amplo que é possível chegar com a maior das facilidades a qualquer dos recantos da bagageira.
Motor 2.2 Skyactiv-D: 150 enérgicos cavalos
Sobre o motor Skyactiv-D de 2,2 litros, este pode não ser o mais apelativo no que diz respeito à fiscalidade automóvel portuguesa pela sua elevada cilindrada, mas tem o reverso da medalha: o seu desempenho. A unidade em ensaio debita enérgicos 150 cv às 4000 rpm e 380 Nm de binário máximo logo às 1800 rpm.
Estes números estão disponíveis num regime mais baixo por causa da utilização de um turbo de dois estágios que possibilita uma aceleração linear e constante desde os regimes de rotação mais baixos aos mais elevados. Se na teoria os números já surpreendem, na prática… impressiona.
É um motor cheio, rápido, pouco ruidoso, e não são raras as vezes que damos por nós a fazer recuperações em sexta com uma rapidez tal que ficamos na dúvida se não estaremos a utilizar a quarta relação da caixa. Oficialmente, acelera dos 0 aos 100 km/h em 9,4 segundos, um registo interessante tendo em conta o peso e a altura ao solo mais elevada.
A tecnologia empregue neste motor evidencia-se também na sua eficiência. Se rolarmos constantemente em ritmos mais elevados é normal que os consumos disparem, agora, numa condução de toada mais defensiva, consegue-se facilmente alcançar consumos na ordem dos 6,5 litros aos 100 km. A caixa é precisa e direta, com um “feeling” de passagens tipicamente Mazda (curto e direto) e explora bem as valias do motor.
Sensações ao volante
Dinamicamente, o CX-5 tem qualidade para acompanhar o desempenho do motor. Não será um desportivo puro, mas curva depressa, é seguro e dá algum gozo. Provam estas virtudes, a compatibilidade entre a filtragem suave das irregularidades do piso e o dinamismo com que evolui no asfalto (surpreendente considerando o gabarito de tamanho e peso e o centro de gravidade elevado do carro) e a facilidade, solidez e a comodidade com que rola.
A lista de equipamento também é completa e para além dos muitos elementos de conforto destaque para os de segurança, como o avisador de ângulo morto ou sistema avançado de controlo dos máximos (Advanced High-Beam Control), Assistência à Manutenção na Faixa de Rodagem (Lane Keep Assist System) ou Câmara Traseira de Auxílio ao Estacionamento, por exemplo. O espaço, mas principalmente o motor, são dois excelentes argumentos a favor deste SUV. Uma excelente alternativa ao líder do segmento com um motor apetecível e muito mais valioso em matéria de condução.
Resumindo…
O SUV topo de gama da Mazda distingue-se por uma imagem cativante (e desportiva), uma qualidade, espaço e equipamento generoso, além de um motor e desempenho tão ou mais convincentes. Custa nesta versão Skyactiv-D de 150cv Excellence Navi cerca de 44.000 euros, um valor adequado a este SUV que não é apenas mais um. A gama CX-5 arranca nos 32.500 euros para o novo motor Skyactiv-G de 2 litros com 165cv.
MAIS
Condução
Motor
Desenho
MENOS
Fiscalidade (elevada clindrada)
Sistema de infoentretenimento desatualizado
FICHA TÉCNICA
- Motor
- Arquitectura: 4 cil. em linha
- Capacidade: 2191 cm3
- Posição: Dianteira transversal
- Carregamento: Turbo geometria variável+ intercooler
- Potência: 150cv às 4 500 rpm
- Binário: 380 Nm entre as 1800 e as 2600 rpm
- Transmissão
- Tração: dianteira
- Caixa de velocidades: seis velocidades manual
- Capacidade e dimensões
- Comprimento / Largura / Altura: 4 550 mm / 1 840 mm / 1 675 mm
- Distância entre os eixos: 2 700 mm
- Bagageira: 477 litros
- Peso: 1460 kg
- Consumo e Performances
- Consumo médio anunciado: 5,0 litros/100km
- Emissões de CO2: 132 gr/km
- Vel. máxima: 204 km/h
- Aceleração: 9,4 seg.
Preço Mazda CX-5 Skyactiv-D de 150cv Excellence Navi: cerca de 44.000 euros
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