Um Lexus por menos de 35 mil euros. E logo um SUV. O LBX é aquilo que há muito a Lexus precisava: um modelo adequado às últimas tendências, mas em formato compacto, sem perder a essência da marca. Já está disponível em Portugal e tivemos oportunidade de o conduzir na terra dos ovos moles, Aveiro.
O nome é desde logo um claro sinal de intenções da Lexus e deriva da expressão “Lexus breakthrough crossover” (X over), algo como o SUV descobridor da Lexus. É algo que salta à vista: a Lexus conseguiu adaptar um formato compacto (4,19 metros) à sua linguagem de design, baseada em arestas e formas angulares, embora neste caso ligeiramente suavizadas. O resultado é muito bom e consegue um modelo proporcional que transmite dinâmica e elegância e, embora seja um aspeto subjetivo, o LBX é bonito.
E o resultado estético articulado em cinco estilos é interessante e promete ir de encontro a todo o tipo de público: o básico, dois mais refinados (chamados Elegant e Relax) e dois mais desportivos (Emotion e Cool). Exceto o básico, que tem rodas de 17 polegadas, os restantes contam com jantes de 18 polegadas, a carroceria pode ser bicolor ou monocromática e os acabamentos interiores também variam: tecido, couro sintético ou couro natural. Com estas características e a sua abordagem Premium, poucos rivais estão no horizonte do LBX além do Audi Q2 ou do DS3.
No interior, e como é de se esperar de um Lexus, nada foi deixado ao acaso: múltiplas regulações no volante e no banco (podem ser elétricos e aquecidos) para atingir rapidamente a posição ideal, com tudo à mão. A sensação da maioria dos comandos, botões, mostradores ou revestimentos tem a qualidade esperada: elevada. Os ecrãs são sempre digitais, sendo o do painel de instrumentos de 12,3 ou 7 polegadas, personalizável, e o da consola central, de 9 polegadas.
Destaque ainda para pormenores como os puxadores E-latch de abertura elétrica, que caso detetem um veículo ou pessoa a passar junto ao carro impedem a abertura da porta a partir do interior, ou a escova limpa para-brisas com jato integrado.
Em termos de espaço, o LBX não desilude e oferece espaço mais que suficiente, seja nos lugares dianteiros como os traseiros, enquanto a bagageira oferece 402 litros de capacidade.
Uma só motorização
O LBX está assente na plataforma GA-B, a mesma do Toyota Yaris Cross, mas com diferentes dimensões. Com 4,19 metros de comprimento, 1,82 de largura e 1,56 de altura, o LBX é mais largo (muito percetível nas cavas das rodas) e um pouco mais baixo que o ‘primo’.
Está disponível apenas com uma motorização híbrida, composta pelo motor 1.5 a gasolina de três cilindros (o mesmo do Yaris Cross) que é apoiado por um motor elétrico e desenvolve 136 cv de potência. É capaz de acelerar dos zero aos 100 km/h em 9,2 segundos. A Lexus anuncia um consumo de 4,4 l/100 km e emissões de CO2 desde 103 g/km.
Ao volante
Nas estradas de Aveiro, foi possível confirmar que ao volante o LBX oferece sensações de um SUV maior do que na realidade é (o aumento das dimensões ajuda). É fácil de conduzir, ágil em cidade e demostra excelente dinâmica que oferece confiança em condução mais “puxada”. A direção ajuda, mostrando-se bastante precisa, aliado a uma suspensão com uma configuração muito equilibrada entre o conforto e a dinâmica.
Quanto ao motor, os 136cv são mais que suficientes, embora quando o acelerador é pressionado ao máximo não dispensa um certo ruído característico dos híbridos, que contrasta com o quão silencioso é nas restantes situações.
Um Lexus “acessível”
O Lexus LBX está em uma situação peculiar no mercado, já que não existem outros SUV premium B com mecânica híbrida autocarregável, algo que dificulta comparações diretas e o facto é que, por abordagem, o que mais se aproxima é o próprio Yaris Cross, mas é generalista.
Os preços do LBX começam nos 34.950 euros para a versão de acesso. Estão disponíveis seis níveis de equipamento, sendo que o mais equipado, denominada “Cool”, está disponível por 47.750 euros.
Os preços, de resto, permitem à Lexus ter um modelo com preço de entrada abaixo dos 35 mil euros, menos 15 mil euros que a versão de acesso do UX, o SUV acima, igualmente híbrido. Claro que isto tem o seu lado positivo, chegando a clientes que, até agora, não tinham considerado um Lexus devido ao seu custo (o mais barato é um UX que custa quase 50 mil euros). Outros serão clientes que já têm outro modelo do fabricante e o restante serão pessoas que tinham o Lexus em perspectiva, mas não conseguiram encontrar o que procuravam. O resultado: alcançar um público mais jovem.