Ensaio ao Toyota Yaris 1.5 híbrido. Espécie evoluída

O novo Yaris tem o condão de não ser apenas mais um concorrente no segmento dos utilitários. É um compacto capaz de despertar paixões (quem diria?!), com uma estética única e interior em que apetece... estar.

O novo Yaris tem o condão de não ser apenas mais um concorrente no segmento dos utilitários. É um compacto capaz de despertar paixões (quem diria?!), com uma estética única e interior em que apetece... estar.

Para começar, uma certeza que reforça a ideia que transmitiu logo que foi apresentado: o Yaris é, seguramente, um dos melhores utilitários do mercado, cumprindo com nota elevada as exigências deste concorrido segmento. Qualidade de materiais e de construção acima da média, desempenho dinâmico muito competente e mecânica eficiente (…muito eficiente).

O novo Yaris tem tudo para agitar o segmento dos utilitários (e inclusivamente modelos do segmento acima). Embora mantenha as dimensões de utilitário da primeira geração, o utilitário da Toyota cresceu em todos os outros sentidos. Na imagem, mais encorpada e até desportiva, na plataforma, mais moderna e competente, nas motorizações, mais enérgicas e eficientes, e nos conteúdos, com qualidade e tecnologia superiores. Em todos estes elementos bastante mais próximo do Corolla, superando-o até nalguns, o Yaris exibe um enorme salto qualitativo face ao antecessor. Não é por isso de estranhar que exiba orgulhosamente o título de “Car of The Year”.

No habitáculo o espaço é amplo, os bancos dianteiros são confortáveis e dispõem de múltiplas regulações que permitem ao condutor definir ótima posição ao volante, apesar de a visão à retaguarda ser beliscada pela dimensão estreita do óculo. Fora isso, quase tudo na ergonomia foi bem calculado, como se perceciona pela modernidade do ambiente digital.

Diante do condutor encontra-se um painel de instrumentos digital, com dois mostradores circulares: um para a velocidade e outro que exibe o desempenho híbrido. Na consola central surge um ecrã tátil de 8 polegadas (digno de modelos maiores), com controlo das funções de infoentretenimento facilitado, assim como a sua leitura.

A qualidade dos materiais, assim como a montagem, está muito bem resolvida (claramente um nível acima do segmento), embora haja forros e plásticos mais duros (algo inevitável neste segmento). A atmosfera, contudo, é elegante e inspira confiança.

De série, a versão Premier Edition (em teste) está totalmente equipada (preços desde 24.840 € para o nível Base), conta com tecnologias como Android Auto e Apple Car Play, vidros escurecidos, ar condicionado automático bizona, bancos desportivos em tecido e pele sintética, sensores de luz e chuva, câmara de marcha atrás, travão elétrico, sistema de som JBL com oito colunas, volante multifunções em pele, faróis LED para iluminação e circulação diurna, luzes de nevoeiro e óticas traseiras, máximos automáticos, head-up display projetado, cruise control adaptativo, aviso de saída de faixa, travagem de emergência, sistema pré-colisão, jantes de 17 polegadas maquinadas, e ainda um tejadilho panorâmico.

Ao volante

Um salto em frente. O comportamento é irrepreensível e até divertido em curva, muito devido ao novo chassis (menos 50 kg em comparação com o antecessor), que aceita mudanças de direção praticamente sem reclamar. A direção é muito comunicativa e permite uma inserção em curva muito eficaz e previsível.

A versão testada estava equipada com a motorização híbrida, de resto a mais procurada em Portugal, agora na quarta geração. Combina um motor elétrico com 80 cv e um motor de combustão de 1,5 litros de três cilindros com 90 cv de ciclo Atkinson e uma bateria, agora de iões de lítio. A potência combinada é de 116 cv, mas é preciso não esquecer que o objetivo deste automóvel é ser eficiente.

Tudo isto é teoria, mas a verdade é que o Yaris está mais agradável e com melhor desempenho. Silencioso e requintado, o sistema híbrido combina desempenho com eficiência. Tem um modo EV totalmente elétrico que entra em ação se a bateria assim o permitir. E, no melhor dos casos, a 30 km/h em estrada plana e sem paragens, conseguimos percorrer até 1,8 quilómetros.

A coisa boa sobre o novo Yaris é que agora está “mais carro” longe da cidade. O desempenho é muito superior e a transmissão, apesar de manter o variador contínuo, é mais agradável, especialmente quando se pisa no acelerador e o ruído acompanha o aumento de velocidade.

Eficiente e poupado

Em pouco mais de 200 km, em condução normal com uma ligeira incursão em autoestrada, registamos uma média de 3,9 litros aos cem. Em condução mais cuidada conseguimos descer para um registo de 3,6 litros aos cem, o que comprova a melhoria na eficiência da motorização híbrida.

E tudo sem sacrificar o desempenho, uma vez que a mecânica híbrida debita 116cv de potência, permitindo uma aceleração dos 0 aos 100 km/h em 9,7 segundos e uma velocidade máxima de 175 km/h.

Em conclusão

O novo Yaris tem o condão de não ser apenas mais um concorrente no segmento dos utilitários. É um utilitário capaz de despertar paixões (quem diria?!), com uma estética distinta e dinâmica e um interior em que apetece… estar. A condução é envolvente e ligeira e só as dimensões úteis do habitáculo e mala podem ser apertadas para uso familiar. O preço é equilibrado para tudo o que o Yaris híbrido oferece.

MAIS

  • Desenho
  • Comportamento
  • Consumos

MENOS

  • Espaço atrás 
  • Plásticos duros

FICHA TÉCNICA

Toyota Yaris 1.5 Hybrid
Motor: 3 cilindros em linha, gasolina + sistema híbrido
Cilindrada: 1490 cm3
Potência: 116cv/5500 
Binário máximo: 120 Nm
Tração: Dianteira
Caixa: automática tipo CVT
Aceleração (0-100 km/h): 9,7 segundos
Velocidade máxima: 175 km/h 
Consumo médio (anunciado): 4,3 l/100 km (WLTP)
Emissões de CO2: 97 g/km (WLTP)
Peso: 1085 kg
Preço unidade ensaiada: 26.690 euros (desde 21.070 euros)