Ensaio ao Mazda 2 Hybrid. O que parece… não é!

Sem motores ‘pequenos’ e soluções híbridas, de reduzidas emissões, que se encaixem nas exigências atuais, a Mazda recorreu à Toyota para reforçar a sua gama de acesso: um ‘2’ com tecnologia híbrida.

Sem motores ‘pequenos’ e soluções híbridas, de reduzidas emissões, que se encaixem nas exigências atuais, a Mazda recorreu à Toyota para reforçar a sua gama de acesso: um ‘2’ com tecnologia híbrida.

Alguns podem lembrar-se do Mazda 121 da década de 90 (para os que não se lembram, sugerimos uma pesquisa no Google…) que não era mais que um Ford Fiesta com o logotipo da Mazda. Pois bem, a Mazda voltou a repetir a “receita” com o 2 Hybrid (o Mazda 2 como o conhecíamos mantém-se em comercialização…), um modelo que não é mais que um Toyota Yaris Hybrid com os logotipos da Mazda.

Não é propriamente algo novo na indústria automóvel e exemplos não faltam e a explicação é simples: sem motores ‘pequenos’ e soluções híbridas, de reduzidas emissões, que se encaixem nas exigências atuais, nomeadamente entre os compactos, a Mazda decidiu recorrer à Toyota para reforçar a sua gama: um ‘2’ com tecnologia híbrida.

E a escolha não podia ter sido a melhor, não só pelas décadas de experiência que a Toyota já soma nesta solução tecnológica, como pelas qualidades intrínsecas ao modelo Yaris.

Como é facilmente visível, o Mazda2 Hybrid é uma cópia perfeita do Toyota Yaris Hybrid, da motorização ao exterior, passando pelo habitáculo, em que as diferenças quase se resumem… aos símbolos das marcas.

Mas tem de ser tão “parecido”?

Pois bem, o desenho é mesmo o ponto que mais discussão levanta neste “2”. Tinha mesmo de ser tão parecido com o Toyota? É que as diferenças resumem-se aos logotipos na dianteira e traseira. Tudo o resto é um Yaris.

O que até não é mau (dependendo da perspetiva), uma vez que o modelo da Toyota é um dos modelos mais atrativos da atualidade, combinando um desenho dinâmico (as rodas nos extremos da carroçaria ajudam, e de que forma) e robusto que lhe garante “presença”.

Despachado e poupado

A mecânica é a mesma do Yaris Hybrid, ou seja, uma solução híbrida assente no motor de 1,5 litros, capaz de debitar 116cv e 144 Nm, controlada por caixa automática do tipo CVT, otimizada para privilegiar a eficiência no consumo de combustível (e nas emissões). É capaz de manter a mecânica térmica desligada na maioria do tempo de utilização, pelo que os valores de consumo médio indicados pelo computador de bordo aproximam-se dos anunciados: 3,8 l/100 km. Conseguimos mesmo fazer média de 3,5 litros aos cem, sem dificuldades de maior.

Em estrada, este Mazda apresenta as mesmas qualidades reconhecidas ao Toyota Yaris. Ágil e divertido de conduzir, em linha com os pergaminhos dinâmicos defendidos pela Mazda. Ativando-se o modo Sport, o acelerador ganha maior sensibilidade, ganhando-se em agilidade e dinâmica. A aceleração dos 0 aos 100 km/h anunciada é de 9,7 segundos, um “tempo” mais que aceitável, para um peso total de 1180 kg e para um modelo que procura a máxima eficiência.

Sem motores ‘pequenos’ e soluções híbridas, de reduzidas emissões, que se encaixem nas exigências atuais, a Mazda recorreu à Toyota para reforçar a sua gama de acesso: um ‘2’ com tecnologia híbrida.

A bateria, de apenas 0,76 kwh (trata-se de um híbrido autorecarregável, portanto sem ligação à tomada), permite ao “2”, em condições ideais, circular até 130 km/h em modo elétrico (não mais do que um par de quilómetros). Há três modos de condução, Normal, Eco e Sport, existindo ainda um modo B, para forçar a carregar a bateria em condições específicas, como em descidas, por exemplo.

No interior, os mesmos elogios e defeitos que o Yaris: ambiente algo espartano, compensado pelo elevado rigor de montagem e solidez dos componentes. A instrumentação digital está distribuída em três pontos de leitura: o ecrã central, um ecrã TFT no painel de instrumentos e um head-up display de 10 polegadas com a informação mais relevante para o condutor.

A boa ergonomia e a posição de condução correta são outras qualidades no “2 Hybrid”. Nos lugares traseiros, o espaço para os joelhos dos ocupantes é bastante razoável – o central menos cómodo que os laterais –, enquanto a bagageira oferece 286 litros de capacidade, destacando-se pelo formato regular e da inclusão de um compartimento sob a plataforma de carga.

Os preços 2 Hybrid (como referido, o “2” convencional mantém-se em catálogo) arrancam nos 25.237 euros da versão Pure. A unidade ensaiada é o nível imediatamente acima, o Agile, que, por mais 1.100 euros, acrescenta à lista de equipamentos o ecrã central de 8 polegadas, câmara de visão traseira, jantes em liga leve de 15 polegadas e spoiler traseiro.

Em conclusão…

Com o “2 Hybrid”, os clientes Mazda passam a ter acesso a um utilitário de motorização híbrida, capaz de médias de consumo muito comedidas e uma dinâmica que não desilude. E já que é para ser igual a outro, que seja a uma das referências. E o Toyota Yaris é dos melhores

MAIS

  • Consumos
  • Tecnologia
  • Comportamento

MENOS

  • Bagageira  
  • Diferenciação (ou falta dela…)

FICHA TÉCNICA

Mazda 2 Hybrid Agile

Motor: três cilindros, injeção direta, ciclo Atkinson

Cilindrada (cm3): 1490

Potência: 116cv 

Binário máximo (Nm): 120

Tração: Dianteira

Caixa: caixa de variação contínua (CVT)

Aceleração (0-100 km/h): 9,7 segundos

Velocidade máxima: 175 km/h

Consumo misto (anunciado): 4,0 l/100 km (WLTP)

Emissões de CO2: 92 g/km (WLTP)

Peso: 1085 kg

Preço da versão base: 25.237 euros

Preço unidade ensaiada: 26.337 euros